O verdadeiro valor de um pastor não se encontra nas correntes visíveis que o cercam, não está no eco de uma fama passageira nem nas camadas de elogios acumulados. Está, isso sim, na textura silenciosa de seu caráter e na força inabalável da sua fidelidade àquilo que é eterno. Ser pastor é ser mais do que uma figura na frente do rebanho; é ser um guia que compreende, uma presença que se torna voz entre os sussurros de Deus e as necessidades de suas ovelhas. Não é o favor humano que o eleva; é a confiança divina, aquela que sustenta e orienta o caminhar, como um fio de luz que jamais se apaga (João 6:66-67).
O valor de um pastor não se resume em seguir o coração dos homens; ele é, antes de tudo, o pastor segundo o coração de Deus (Jeremias 3:15). Suas credenciais estão em sua essência ética, em sua pureza espiritual, e na firmeza moral que constrói seu próprio templo de retidão. Em um tempo em que o brilho superficial tenta encantar os olhos de muitos, o verdadeiro pastor se ergue como um sinal discreto e firme, sendo mais preocupado com a profundidade de sua fé do que com a vastidão de sua fama. Ele não mede o sucesso pela grandiosidade de templos ou pelo tamanho das congregações, mas pela intimidade e pela honestidade com que se entrega ao cuidado de cada alma que lhe é confiada.
Ele não é um coletor de fortunas; sua única riqueza é a capacidade de transmitir a Palavra e alimentar o espírito de seu rebanho. Existem aqueles que vêem na lã um símbolo de poder; ele, ao contrário, vê nas ovelhas a sua razão de ser. O valor que um pastor tem é medido pela sua disposição em servir, não pelo montante financeiro que lhe é oferecido. Sua entrega não é calculada nem motivada por ambições mundanas; é o desejo de conduzir as almas à plenitude do sagrado que o motiva, independentemente de reconhecimento ou prestígio.
O pastor de valor não se dobra ao jogo das conveniências políticas ou à sedução de agradar; sua fidelidade é à justiça divina. Não é um manipulador de massas, mas um curador de almas. Ele sabe que o propósito de sua vocação não é encantar uma plateia, mas edificar um espírito. Há pregações que, ao invés de massagear o ego, tocam o núcleo mais profundo do ser, revelando verdades que libertam e inquietam, despertando nos ouvintes o anseio por transformação.
Esse pastor não tem o mundo como medida, mas sim a eternidade. Ele não é movido pela ânsia de ser aceito, mas pela coragem de obedecer. Na sua fraqueza, Deus manifesta sua força; ele é o cálice onde o sagrado se derrama com uma leveza profunda, pois é na sua humildade que reside a sua autoridade (2 Coríntios 12:9). Ele não depende do número de pessoas ao seu redor para sentir-se amado; ele vive para amar. E não o faz em palavras, mas em cada gesto, em cada oração silenciosa, em cada lágrima compartilhada.
O verdadeiro pastor não se orienta pelas métricas da popularidade. Ele sabe que as multidões podem ser ilusão, e que um templo repleto de pessoas perdidas não é mais significativo do que uma pequena congregação onde a presença de Cristo é viva e transformadora. Seu coração pulsa pelo rebanho, não pelo prestígio. Ele entende que a função de pastorear não é de entreter, mas de iluminar, trazendo cada um de volta à essência divina.
A medida de um pastor autêntico não está na quantidade de crises que ele evita, mas na forma como as enfrenta. É nas horas sombrias que sua fibra espiritual se revela, que sua verdadeira fé é forjada, pois sabe que sua dependência é de Deus, e não de aplausos fugazes. Ele é frágil, sim, como todo ser humano, mas é em sua fraqueza que o extraordinário de Deus se manifesta.
Um pastor genuíno é como uma chama que não se apaga, alguém que orienta almas, não egos. Seu chamado transcende a simples administração de uma instituição; ele é o cuidador das ovelhas, atento aos detalhes, sensível às dores e atento às alegrias. O seu trabalho é sutil, como quem compreende que o verdadeiro valor do pastoreio está na transformação de vidas.
Se você tem um pastor assim, agradeça a Deus. Ame-o e ore por ele. Pois ele é o farol que guia, a voz que aconselha e a presença que acolhe.