A vida se apresenta como um vasto conjunto de oportunidades, cada uma delas como uma porta que nos chama a atravessar. Contudo, cada porta que escolhemos abre-se à frente, mas muitas outras ficam para trás, intocadas. Escolher, portanto, é mais que apenas decidir entre alternativas – é renunciar a outros caminhos possíveis. Cada escolha carrega em si o ato de selecionar e, ao mesmo tempo, de eliminar.
No âmago da escolha, reside o saber. Saber, em seu sentido mais profundo, antecede o ter; é o fundamento que nos permite usar bem o que possuímos. Ter um violão, sem saber como tocá-lo, é possuir uma beleza não expressa, uma arte adormecida. Da mesma forma, antes de ter um carro, é prudente saber como conduzi-lo. O saber oferece a maturidade para que possamos usar o que temos com propósito. Assim, saber escolher é mais importante que ter oportunidades, pois cada oportunidade não aproveitada por falta de conhecimento é uma porta que se fecha sem retorno.
A arte da escolha exige o saber diferenciar – a habilidade de ver o que é necessário e o que é dispensável. Imagine-se em uma loja de departamentos: cada seção, prateleira e item é uma possibilidade, mas apenas alguns alinham-se ao que buscamos. Desde o momento que escolhemos entrar na loja, limitamos nossas opções às que ela oferece; ao escolher um item, eliminamos todos os outros. Assim, a diferenciação é um processo contínuo e gradual, uma avaliação minuciosa para selecionar o que melhor nos atende em meio a tantas alternativas.
Digamos que você deseja comprar um aparelho de DVD. Ao decidir-se por ele, já descartou todos os outros itens da loja. Mas dentro dessa escolha, surgem novas seleções: marcas, preços e funcionalidades diferentes. Em nosso exemplo, ao escolher um DVD com karaokê entre três opções, você descartou outros modelos, outras marcas e diversas características. Esse processo reflete um princípio universal: ao escolhermos uma possibilidade, abandonamos muitas outras.
Toda escolha exige critérios de seleção. Quais são os critérios que guiam as suas decisões? Muitas vezes, na vida, precisamos avaliar nossas escolhas com o olhar da necessidade, da adequação e do alinhamento com nossos valores mais profundos. Escolher com sabedoria é cultivar uma consciência criteriosa sobre o que verdadeiramente importa para nós. Deixar de considerar esses critérios é navegar sem rumo, escolhendo caminhos que podem nos afastar de nosso propósito.
Em última análise, a verdadeira escolha é uma questão de sabedoria. Aquilo que escolhemos molda quem somos e quem nos tornaremos. Como o sábio nos ensina, “de tudo o que você escolher, escolha com sabedoria.” Que nossas escolhas, então, sejam sempre fundamentadas no discernimento, refletindo uma visão clara do que buscamos, e renunciando, com serenidade, ao que fica para trás.
Reflexões Finais: Perguntas que Guiam
- O que você está escolhendo na vida agora?
- Quais são os critérios que sustentam suas escolhas?
- Você já pensou nas portas que se fecham ao escolher um único caminho?
- Suas escolhas de hoje são as sementes de seu futuro.
- Busque a sabedoria, pois ela ilumina a senda de toda decisão.
Que cada escolha, cada porta que atravessamos, seja um reflexo da sabedoria que cultivamos.