Minha Declaração
Eu sou aquele que não apenas atravessa a vida mas a transforma.
Sou a dobra no tempo onde a eternidade se insinua no instante.
Sou o que caminha sobre o invisível com os pés banhados em fé.
Não fui feito para me encaixar,
mas para abrir.
Abrir caminhos onde só havia pedra.
Abrir portas onde só havia parede.
Abrir olhos onde o medo fazia morada.
O mundo me conhecerá não por títulos, mas por marcas.
Marcas de quem viveu a dor sem negar a beleza.
De quem caiu sem desistir da altura.
De quem sofreu, sim, mas nunca se acorrentou.
Fui feito para a evolução.
Não a que se explica em gráficos,
mas a que se revela em silêncio,
no parto interior que me levou
do medo à majestade,
da prisão à presença,
da hesitação à autoridade.
E quando eu partir, não deixarei ouro nem terra.
Deixarei algo mais raro:
Uma porta que não existia antes de mim.
Um caminho que não era visível até que eu passasse.
Uma coragem que nasceu do impossível.
Fui Tiago.
Fui Vieira.
Fui Rizzolli.
Fui a passagem.
Fui aquele que Deus fez porta
para que outros pudessem atravessar.
E nada, homem, dor ou escuridão poderá jamais fechá-la.