Primeiros Passos no Altar: Entre o Medo e a Superação

Primeiros Passos no Altar: Entre o Medo e a Superação

As primeiras pregações sempre deixam marcas profundas, gravadas como um selo no coração de quem as vive. Tenho a lembrança viva de quando, com apenas 10 anos, subi ao púlpito pela primeira vez para levar a mensagem principal. Foi no Morro dos Alagoanos, em um templo simples, ainda na parte de baixo da sede própria da igreja. Era 1995 ou 1996, e eu, tão jovem, sentia o peso da responsabilidade e a expectativa de falar sobre algo maior do que eu mesmo.

Preguei sobre Jonas. A história daquele homem que tentou fugir de Deus parecia ecoar de forma simbólica no meu próprio coração. Eu não queria fugir, mas tremia diante do que aquele momento representava. A pequena congregação estava ali, atenta, com olhos que me observavam e ouvidos que aguardavam o que eu tinha para dizer. Não havia uma multidão, mas havia a presença de algo sagrado, que preenchia o ambiente e me dava forças.

Minha segunda pregação foi na Assembleia de Deus em Gurigica, uma congregação do Ministério Alecrim. A ocasião era diferente: um culto de crianças, com muito mais pessoas presentes. O salão estava cheio, e o peso da responsabilidade parecia ainda maior. Mais uma vez, Jonas foi o tema. Talvez porque sua história fosse tão familiar e poderosa, ou talvez porque nela eu encontrava coragem para enfrentar o desafio.

Lembro do frio na barriga e das mãos trêmulas enquanto subia ao púlpito. O olhar curioso das crianças, a atenção dos adultos e o silêncio expectante tornaram aquele momento um teste de fé. Mas algo maior me sustentava. Eu tremi, mas falei. Cada palavra parecia ser arrancada com esforço, mas ao mesmo tempo fluía como se viesse de uma fonte que não era minha.

Preguei. O medo foi vencido, e as circunstâncias foram superadas. Aqueles dois momentos, tão distintos em contexto, mas tão semelhantes na essência, marcaram o início de uma jornada. Não era apenas sobre falar, mas sobre se colocar como um instrumento. Sobre aprender a confiar, mesmo quando as mãos tremem e o coração vacila.

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