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Os dias, em sua passagem implacável, vão consumindo nossas forças, e o esforço de abrir caminhos nos enfraquece. A vontade de alcançar a chegada é tamanha que a ansiedade toma conta do coração, enchendo-o de pressa. Com os olhos fixos na meta, muitas vezes esquecemos de quem está ao nosso lado. Deixamos de ver aqueles que caminham conosco, como se eles fossem apenas sombras no caminho. Esquecer por ausência pode ser compreensível, mas esquecer porque escolhemos não ver o outro é uma escolha imperdoável. A cada dia que passa, me convenço mais de que enxergamos apenas aquilo que estamos dispostos a ver.
Ter uma visão do futuro é, em essência, um ato de querer enxergar. Se possuímos essa visão, por que não usá-la? Muitos de nós carregamos a visão como um ideal no papel, como as empresas que delineiam sua missão, mas hesitam em aplicá-la na prática. É fácil dizer que “temos uma visão,” mais difícil é encará-la de frente, especialmente quando isso nos obriga a ver nossos próprios medos, limitações e fragilidades. Muitas vezes, é mais confortável dizer que “não temos medo,” pois essa negação nos dispensa do desafio de enfrentar o que nos amedronta. No entanto, ao ignorar nossos medos, também ignoramos a realidade, nos refugiando em um falso conforto. Assim, perdemos nossa visão, não porque ela nos abandona, mas porque fingimos que a realidade não existe. A visão está ali, sempre ao nosso alcance, mas perdemos a coragem de utilizá-la.
A verdade é que a visão é uma ferramenta, algo que pode ser utilizado, negligenciado ou até mesmo substituído. Porém, entre todas as escolhas, a mais sábia é utilizá-la com coragem e honestidade. Ter as ferramentas essenciais para a vida não basta; o simples desejo de usá-las também não é suficiente. Saber e querer precisam de uma aliada poderosa para que façam sentido: a ação. Sem ação, o saber e o querer permanecem apenas intenções vazias.
Olhar para o topo, fechar os olhos e “ver o que vai acontecer” não é o caminho para a verdadeira realização. Substituir as ferramentas ou desprezá-las leva apenas ao desperdício de nossas forças. Aplique as ferramentas que você tem à disposição e confie no processo. Se há um caminho pronto, por que criar outro? Se esse caminho já traçado exige voltas, não apresse o passo em busca de atalhos; eles, na maioria das vezes, apenas nos fazem gastar energia desnecessária. Saber aplicar o saber e o querer é tão importante quanto possuí-los.
Para alcançar a sua visão, é essencial cumprir sua missão. Se você ainda não conhece sua missão ou propósito, busque-o com paciência e atenção. Cada um de nós tem um propósito, algo que nos chama a evoluir e nos tornar melhores. Pergunte-se: qual é o seu propósito? O meu, como pessoa, pode ser resumido em uma única palavra: evolução. Ser um pouco melhor hoje do que fui ontem e buscar ser ainda melhor amanhã do que sou hoje. Esse é o meu propósito, minha constante busca.
Assim como as organizações traçam suas missões e visões, nós também devemos definir e cultivar os nossos propósitos pessoais. Trabalhe sua visão, cultive sua missão, e persiga aquilo que realmente alimenta seu espírito. Somente ao trilhar esse caminho com consciência e dedicação é que você encontrará, em cada passo, a realização que tanto busca.
