Planejo. Estudo. Grito. Vou. Cada ação é um passo, um avanço em direção ao que imagino ser a linha de chegada. Mas não chego onde quero… Meu olhar se perde entre sonhos e miragens, cada movimento meu é um eco do que desejo, uma busca incessante que pulsa, mas se dissolve ao toque. Sonho. Olho. Fito. Chuto. Em cada tentativa, uma faísca de esperança, uma explosão breve de fé no impossível. Mas a realidade, sempre ali, se impõe como um limite intransponível. Não realizo.
Persisto. Insisto. Não desisto. Lanço-me com fervor ao campo dos meus anseios, um coração que arde de desejo, uma força que teima em não cessar. Mas a frustração espreita cada tentativa, e, no fundo, o desespero começa a brotar como uma sombra. É como estar em um jogo onde o gol sempre escapa, como se o destino brincasse com meus passos, desviando-os, dissolvendo-os. O gol é uma promessa que sinto próxima, mas nunca ao alcance.
Então me pergunto: será que sou eu? Ou será que é Deus? Será que luto contra o vento ou contra os desígnios? Será que é o mundo que não se alinha aos meus desejos, ou será que sou eu quem insiste em ilusões que o tempo já quis dissipar? Será que a linha entre o possível e o inalcançável é fina demais para ser percebida? Cada dúvida é um novo labirinto, uma porta que se abre para um vazio que só a fé pode preencher.
Potência é destino. A força que trago em mim é a bússola que me orienta, uma promessa gravada no cerne do meu ser. Talvez, em cada tentativa frustrada, resida uma lição oculta; talvez o verdadeiro gol esteja em persistir, em aceitar que o caminho é também parte da vitória. A potência que trago em mim é a própria semente do destino, uma força que, apesar das quedas e desvios, me empurra adiante. E talvez, no fim, o jogo não esteja apenas no gol, mas na potência que arde e no caminho que ela cria, transformando cada momento em destino.