Ela Vem: O Mistério que Habita o Coração

Ela vem silenciosa, mas com a força de quem sabe exatamente onde se estabelecer. Surge desde a infância, insinuando-se entre os primeiros olhares e descobertas, quando o mundo ainda é vasto, novo, cheio de promessas e mistérios. Ela não escolhe uma única forma — aparece em todos os rostos e em todos os corpos, seja branca ou morena, magra ou cheia de curvas. Ela é livre, desafiando padrões, sendo ao mesmo tempo comum e incomum, singular e universal. Como uma brisa que chega sem pedir permissão, ela atravessa o tempo e deixa uma marca que não se desfaz.

Ela é a sensibilidade da razão, um paradoxo que encanta, pois une aquilo que se julga oposto. É a emoção que torna o pensamento profundo, o toque delicado que permeia as ideias e dá vida ao que seria apenas lógico e seco. Ela é a voz suave que sussurra, que torna o mundo mais doce, uma presença que dissolve o peso das certezas rígidas, um convite à suavidade que desarma. Sedutora, mas não pela aparência; sua sedução é de outra natureza, uma atração sedosa que vai além do que os olhos podem ver. Ela encanta por ser essência, por trazer consigo a promessa do eterno, sem exigir nada em troca.

Em sua presença, o pragmatismo ganha um tom solvente, uma textura leve que desfaz a dureza das exigências da vida. Ela nos ensina que nem tudo precisa ser pesado e que o que é realmente valioso não exige pressão, mas acolhimento. Como uma luz nebulosa, ela ilumina de forma indireta, tocando o que está à sombra e revelando o que é delicado, escondido. Ela é como o nevoeiro da manhã que banha o campo, vestindo tudo de uma aura de mistério, pois o que ela toca se torna mais do que parece ser. Ela existe entre o que se vê e o que se sente, entre o que se sabe e o que se intui.

Ela é o que torna a permanência possível no coração. Sem ela, a vida se tornaria rasa, seca, incapaz de sustentar a beleza que buscamos com tanta intensidade. Sua presença é o requisito básico para que algo dure, pois o que ela toca carrega consigo uma promessa de eternidade. Ela é a essência que não precisa de explicação, que resiste ao tempo e se instala silenciosa no fundo de tudo o que vale a pena. É a razão que se deixa suavizar pela emoção, a certeza que se abre ao mistério, a beleza que não se esgota.

Ela é, ao mesmo tempo, o conforto e o mistério, a presença e a ausência, o instante e a eternidade.

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