
Na entrada de Spagnol
No meu mundo, ao adentrar aquela rua de paralelepípedos, com tons amarelos e alaranjados — tingidos pelo barro que escorria da encosta de pedra à direita —, naquela rua, na quebrada à direita, entre a saída da Vila Batista e a entrada de Pedra dos Búzios, foi ali, exatamente ali, que me empolguei. Parecia que eu havia cruzado um limiar, inaugurando um ciclo de novas possibilidades.
Fui para lá a pé, com meus pais, para morar numa casa. Avançamos para além. Fomos mais fundo, onde a rua se estreitava num beco.
Foi lá — lá no fundo — que ouvi pela primeira vez o nome Spagnal. Um som que não me parecia nome, mas sim um sobrenome. E, mesmo sem entender, senti que aquele som carregava história, origem — talvez até destino.
