Espiritualidade e Reflexão

O Contraste que Sou: Entre a Ruptura e a Neblina

Eu sou o contraste, a ruptura do silêncio, o eco que ressoa no vazio, o ego que se desfaz e se refaz em fragmentos. Sou a incógnita generativa, o pensamento abstrato que se molda sem forma definitiva, uma energia disruptiva que pulsa entre o visível e o desconhecido. Sou o farol neblinado, uma luz que guia, mas sem revelar plenamente o caminho, perdida na névoa que oscila entre a claridade e o mistério.

Sou o que deveria ter sido, um passado que se projeta no futuro, um eco de um tempo esquecido que reverbera em cada decisão inacabada, em cada destino ainda por cumprir. Sou o tesouro guardado, escondido entre as camadas de uma história que repousa nas dobras da memória, um segredo adormecido que aguarda o momento de ser revelado. Sou a dor não sentida, um peso que flutua leve, mas que carrega uma profundidade silenciosa, um sofrimento que, ao ser aliviado, deixa apenas um rastro tênue de lembrança.

Sou o céu cinza, uma promessa entre o sol e a tempestade, uma calmaria velada pela incerteza. Sou a alegria postergada, guardada como um presente que aguarda o instante certo para ser vivido, um sorriso contido na espera de um momento que ainda não chegou. Sou o plano sem segunda via, uma tentativa única, sem esboço, um traço de vida desenhado sem rascunho.

Em cada linha que componho, em cada vestígio que deixo, sou o contraste e a síntese, a presença que rompe o silêncio, mas que também encontra abrigo na ausência. Sou a dualidade de um ser que pulsa entre o passado e o porvir, entre o que é e o que ainda será.

Sou Tiago Rizzolli, pregador nascido na periferia, onde aprendi que escutar é mais sagrado do que falar. Escuto a Deus, as pessoas e os mistérios da vida. Já atuei em conselhos, federações e secretarias, mas o que me move é a busca por sentido, beleza e justiça. Transito entre a fé e a filosofia, entre o que urge no mundo e o silêncio que habita em mim. Ensino, prego e escrevo como quem procura ser inteiro, não importante. Acredito na partilha, na presença e na palavra que brota do corpo. Vivo com os pés no chão e os olhos voltados para o invisível. Sou pó em travessia.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você não pode copiar conteúdo desta página