
Do rigor da razão brota a lógica. Do pulsar do coração, a arte. Em nossa alma, estas duas estradas, aparentemente opostas, se entrelaçam, cada uma carregando histórias que, para alguns, são comoventes; para outros, inconcebíveis. Razão é âncora – nos prende ao chão da “realidade” – enquanto o coração é a brisa que dá sabor ao que vivemos. E eu quero os dois: o pensamento que estrutura e o amor que ilumina.
A razão e o coração, como dois velhos companheiros, são forças que se completam, um belo casal que equilibra nossa caminhada. Ter esses dois por perto é um privilégio raro e profundo; é a honra de dialogar com o melhor de nós mesmos. Na simetria entre eles, encontro serenidade.
Estar alegre é, em sua essência, viver no lugar onde se quer estar e permitir-se permanecer ali. É estar tão ancorado no momento presente que a “fuga” da realidade se torna desnecessária. No presente, encontro a mão de Deus, o dom de estar plenamente aqui, agora. E viver o presente é mais que apenas estar; é um ato de amor. Pois amar é, acima de tudo, estar presente. É o coração oferecido em prova, a certeza visível de um amor real.
O presente é nosso instante de plenitude. É a consciência expandida do que somos e do que nos cerca, a lucidez que nos permite ver o agora como única verdade. Ser feliz é a integração daquilo que vem do coração com o que a razão afirma, é o gesto do ser em harmonia com a lógica do pensar.
A felicidade é completa quando envolve corpo e alma, pois ela não pertence ao que passou nem ao que está por vir; ela é, simplesmente, o “agora” vivido. E eu, que quero a razão e o coração, quero ser completo. Quero a presença que o amor exige e a clareza que a razão ensina. Quero o equilíbrio, pois, no fim, o caminho do ser completo é a mais bela jornada.