Apocalipse: Revelação e Chamado à Vigilância


“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3).

Ao nos aproximarmos deste novo trimestre, mergulharemos juntos no livro de Apocalipse, uma das partes mais misteriosas e inspiradoras das Escrituras. Esse é um convite profundo para contemplarmos as revelações de Deus sobre o que foi, o que é e o que está por vir. O próprio Deus se revela a nós neste livro, e cada versículo traz uma promessa de edificação e entendimento para o Seu povo.

Neste texto, três ações são destacadas como fundamentais: ler, ouvir e guardar. São palavras que nos chamam à atenção cuidadosa e ao coração alerta. O primeiro verbo, “ler”, nos convida à felicidade na leitura da Palavra de Deus. A leitura da Bíblia não é um simples hábito; ela é a fonte pela qual nos nutrimos da própria revelação divina. Mas o texto não se detém na leitura apenas; vai além, desafiando-nos a “ouvir as palavras desta profecia”. Ouvir não é simplesmente escutar; ouvir é acolher, é internalizar, é dar importância ao que o Espírito está revelando, deixando que a Palavra de Deus faça morada em nossa consciência e coração.

Este convite é para ouvir e acolher ativamente. Quem ouve a Palavra com profundidade permite que ela o molde. O Apocalipse não é um texto para ser lido apenas, mas para ser vivenciado, ouvido e compreendido com reverência, pois nos revela segredos proféticos sobre o que em breve há de acontecer.

O terceiro verbo, “guardar”, é um lembrete poderoso: não basta ler e ouvir; é necessário guardar as verdades reveladas em nosso coração e prática. O livro de Salmos nos mostra esse desejo do salmista, que, em suas palavras, afirma: “Guardei a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Salmos 119:11). Ao guardarmos a Palavra, protegemos nossas vidas com a verdade, resistindo ao erro e ao pecado que nos afastariam de Deus. Guardar é preservar, é lembrar e viver aquilo que foi recebido.

Esses três verbos se revelam, portanto, como passos essenciais para compreendermos os mistérios que Deus nos apresenta. Apocalipse nos leva a ver que o “tempo está próximo” e que precisamos estar preparados para discernir e interpretar o final dos tempos, que nada mais é do que o começo de uma nova fase, uma renovação, uma preparação para a plenitude do Reino de Deus.

Esse chamado à vigilância está entrelaçado em toda a Escritura, nos lembrando de que devemos manter nossa atenção no que é eterno, fixando nosso olhar “nas coisas do Alto“. Como disse o salmista: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1:1-2). A leitura da Palavra deve ser diária, uma fonte contínua de sabedoria e intimidade com Deus, transformando-nos para que possamos caminhar com maior discernimento, humildade e obediência.

A Bíblia nos lembra que ouvir a voz de Deus é uma ação ativa e vigilante: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas“. Esse convite para ouvir não é feito apenas uma vez, mas repetido sete vezes no Apocalipse, o que demonstra a perfeição e a completude do chamado de Deus para que estejamos atentos e receptivos ao que o Espírito revela. Guardar essa Palavra em nosso coração nos prepara para o que virá e nos fortalece na fé e no compromisso.

Assim, ao iniciarmos esse estudo, que possamos todos “ler, ouvir e guardar” as palavras de Deus com zelo e reverência. Que este seja um trimestre de transformação e intimidade espiritual, em que possamos todos nos aproximar de Cristo e do Seu plano, com entendimento e fé renovados, prontos para discernir os sinais dos tempos e a maravilhosa esperança que nos aguarda.

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