Confissão de um Coração Arrependido

Óh Senhor, aqui me coloco, nu de orgulho, rasgado de ilusões, confessando-me diante de Ti. Meus pecados são muitos e intensos, como as ondas que rompem incansáveis nas profundezas do mar; são imensuráveis, como os grãos de areia na praia que nenhum cálculo humano consegue abarcar. Eu sou pecador, Senhor, e diante de Ti reconheço minha total dependência e meu profundo desejo de ser renovado.

Na minha infância, meu coração queria tanto Te agradar! Pensava que poderia atravessar a vida sem pecar, carregando essa certeza ingênua de que poderia ser irrepreensível. Acreditava que minha própria força bastava para a santidade. Mas agora entendo que estava errado, e percebo como o tempo me revelou minha natureza frágil e quebrantada.

Assim como Adão, segui meus passos pelo caminho do afastamento, enveredando-me em escolhas e desejos que me levaram para longe da Tua presença. Cada desvio acrescentou sombras ao meu espírito. Mas, mesmo assim, Tu me resgataste, ó Deus! No abismo em que caí, Teu amor estendeu a mão e me trouxe de volta. Hoje, minha alma não pode se perder da Tua presença; és meu Salvador e o maior refúgio para o meu ser.

Em minha jornada, Senhor, muitas vezes machuco quem mais amo. Decepciono-me com as marcas de meus atos, como o ferro quente que queima e deixa cicatrizes na alma. As lágrimas correm ao saber que O decepcionei, que não sou o filho que deveria ser. No mais profundo, grito: “Pai, não desistas de mim! Te amo e desejo, com toda a minha alma, Te agradar. Ensina-me a Te servir com a verdade e a não cair nas ilusões do meu próprio coração.”

Existem momentos de vigília e de força, em que penso estar seguro. Mas também há ocasiões em que me encontro perdido, caído, envergonhado com minha própria fragilidade. Nesse estado, sinto-me como Judas, que traiu o Mestre; como Pedro, que negou aquele a quem amava; como Davi, que cedeu aos desejos; como o filho pródigo, que se viu perdido entre bolotas e porcos. Em meio à sujeira de minhas falhas, cresce o arrependimento, e meu coração clama por limpeza e por um novo começo.

Meu Deus, só o Senhor pode me purificar dessa escuridão, e eu suplico: tenha misericórdia de mim. Não quero ser dominado pelo pecado que pesa sobre mim como um fardo esmagador. Como Davi, suplico: “Não afasta de mim o Teu Espírito Santo.” Sou fraco, mas em Ti encontro força; sou errante, mas em Ti encontro direção.

Sustenta-me, Senhor, não me deixes solto ao vento das tentações. Tu és o Deus da minha vida, a luz da minha redenção, a paz da minha alma ferida. E embora muitas vezes não consiga corresponder ao Teu amor com a entrega total que mereces, meu coração Te ama. És meu Deus, a minha Salvação, e em Ti eu descanso, esperando a renovação que só Tu podes oferecer.

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