O Sopro da Dúvida: Uma Jornada em Busca do Amor Verdadeiro

Há tempos uma pergunta ecoa na vastidão da minha mente, tão persistente que se torna quase uma sombra constante, uma presença inevitável que não silencia. É um anseio que se avoluma em mim, uma vontade visceral de proclamar ao mundo esse som entranhado na garganta, de fazer com que ele se liberte e ressoe nos quatro cantos.

Quero expor minha dúvida mais profunda. Revelar ao mundo que, sim, carrego questionamentos – e questiono o próprio ato de questionar. Essa inquietude que me invade, que me assola… Não sei se é um sinal de fraqueza ou uma forma de força inexplorada. Mas não importa. Importa que todos saibam. Preciso compartilhar minha incerteza para receber a sabedoria da resposta, pois apenas ao libertar o saber aprisionado em meu íntimo serei capaz de acolher a verdade que dele provém.

É uma realidade triste, mas comum: muitos de nós vivem presos à falta de respostas porque nunca ousaram liberar suas dúvidas. Para receber, é preciso primeiro dar, e o ato de entregar o próprio saber – aquele que é incerto, incompleto, mas sincero – é uma humildade autêntica. Reconhecer nossa incompletude é, talvez, o maior ato de confiança e rendição, o ato que nos torna vazios para, então, sermos preenchidos.

Ao abrir mão do nosso “saber vazio,” declaramos nossa falta. É um saber que deseja algo, que reconhece a própria limitação e se entrega à possibilidade do desconhecido. A entrega é um convite ao encontro com o outro, ao toque de uma graça que não se pode alcançar sozinho.

Cristo nos dá o exemplo perfeito. Ao realizar curas, Jesus fazia questão de perguntar: “O que queres que eu te faça?” Ele queria que a pessoa em necessidade declarasse seu desejo, trouxesse à tona o seu “saber vazio.” Essa pergunta nos ensina algo profundo: para alcançar a plenitude, primeiro precisamos reconhecer o vazio. O saber vazio não é ausência de desejo, mas sim a certeza de que, por nós mesmos, somos insuficientes. E, diante disso, clamamos. Jesus respondia com compaixão, deixando transparecer que a fé é a porta da plenitude: “Vai, a tua fé te curou.”

A fé, assim, é um exercício de humildade e dependência, o que torna a busca pela verdade uma entrega constante. A fé nos desafia a deixar de lado a confiança em nós mesmos, para confiar em Deus, para nos abrirmos ao que transcende a nossa compreensão.

Portanto, o que estou buscando, o que quero expressar, é uma atitude de humildade e fé. Reconheço que o meu saber é limitado, e que só ele não me basta. Sinto a necessidade de entender, de aprender.

Assim, com o coração despido de arrogância, eu pergunto: “O que é o amor?”

Confesso que esta pergunta carrega um peso para mim. A doutrina do amor não é algo que eu compreenda inteiramente. Quero aprender a amar, quero saber o que significa o amor. Quero descobrir a quem amar e como mergulhar nos mistérios que envolvem o amor verdadeiro.

Pode parecer incompreensível para muitos, mas essa é a minha verdade. Sei que o amor não é o que a maioria das pessoas pensa. O erro maior é crer que compreendemos o próprio conceito. A sociedade acredita que sabe o que é amar, mas, a meu ver, o amor que praticam é superficial, esmaecido, desprovido de profundidade e graça. E, definitivamente, isso não é amor.

Acredito no amor de Cristo, no amor do Crucificado – no amor daquele que se humilhou para estar conosco, que se fez homem para caminhar ao nosso lado. Creio no amor divino, mas expressar o que é esse Amor parece quase impossível. Afinal, quem poderia explicá-lo?

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