Uma Voz no Canto da Igreja

Uma Voz no Canto da Igreja

Era entre os anos de 2008 e 2009, lá na Assembleia de Deus em Padre Gabriel, congregação do Ministério Vale Esperança. A igreja, com sua estrutura simples, guardava em seus espaços mais que fiéis e cultos, guardava momentos que reverberavam para além das paredes e do tempo. O culto havia acabado, talvez fosse uma festividade, mas o que ficou foi o instante em que um homem que eu nunca vira antes, e que nunca mais veria, se aproximou de mim.

Era um homem de tom de pele escura, altura mediana, cabelos pretos. Ele usava uma camisa social preta, que contrastava com o brilho de seus olhos. Não sei seu nome, sua origem, de onde viera ou para onde foi. Mas ele, naquela noite, foi um mensageiro.

Não aconteceu durante o culto, nem no calor de um momento de louvor. Foi após o culto, quando o barulho começava a se dissipar e as pessoas seguiam suas conversas ou seus caminhos. Do lado direito do altar, não sobre ele, mas ao lado, aquele homem, com sua figura discreta, me chamou. Não foi um grito, nem uma convocação exaltada, mas um chamado que parecia carregar mais peso que qualquer clamor em alta voz.

Eu me aproximei, e ele, com a simplicidade de alguém que cumpre uma missão, falou:
“Continue fiel a Deus. Deus está se agradando de você. Se você for fiel a Ele, Ele vai te abençoar muito.”

Suas palavras foram ditas com uma convicção que parecia vir de um lugar além do humano. Não havia teatralidade, apenas a força de uma mensagem que parecia destinada, única. Não houve explicação, apenas entrega.

Depois de proferir essas palavras, ele partiu. Não houve troca de nomes, perguntas ou explicações. Ele foi embora, deixando apenas o eco de sua mensagem em meu coração. Não sei quem ele era, de onde veio ou para onde foi. Nunca mais o vi, nunca soube mais nada sobre ele.

Mas sua mensagem ficou. Não era apenas uma frase, era um selo, uma marca que carrego até hoje. Aquelas palavras, simples e profundas, se tornaram um norte em minha caminhada. “Continue fiel a Deus.” Como algo tão breve pode ser tão duradouro?

Sei que Deus fala de muitas maneiras, e naquela noite, naquele canto da igreja, Ele escolheu aquele homem para me lembrar de algo essencial: a fidelidade atrai a bênção, e o olhar divino está sobre aqueles que perseveram.

A memória daquela noite não se apagou. Não foi um ato grandioso, mas foi profundamente significativo. Às vezes, Deus envia anjos sem asas, pessoas que cruzam nosso caminho apenas para nos lembrar de Sua presença e de Seu cuidado.

Onde quer que aquele homem esteja, carrego comigo a gratidão por sua obediência em transmitir aquela mensagem. Ele veio e foi como um vento suave, mas deixou um impacto que o tempo não apagará.

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