Viver é uma arte delicada e surpreendente. Como toda grande obra, exige dedicação diária, treino constante, como se cada dia fosse uma nova pincelada no quadro inacabado de nossa existência. Não nascemos prontos; somos projetos em construção, esboços de possibilidades. E nessa incompletude reside nossa grandeza: a abertura para o novo, para o desconhecido, para o inesperado.
A busca pela felicidade é um ato de inteligência, uma procura ativa, movida pela vontade de preencher o cotidiano com sentido e propósito. A felicidade, afinal, não é um presente caído dos céus; ela é uma conquista, fruto de pequenas escolhas e de atitudes conscientes diante das adversidades e encantos diários. Se fosse um dom de poucos, restrito a alguns felizardos, o mundo seria um lugar escasso de alegria e abundante em indiferença. Ao contrário, felicidade é construção — ergue-se nas atitudes que tomamos, nas escolhas que fazemos, no cultivo de uma vida vivida em plenitude e gratidão.
Ser feliz exige uma transformação que começa de dentro para fora, uma energia que brota das profundezas do ser e irradia pelo mundo. Esse processo se reflete em quem somos e em como tocamos a vida dos outros, expandindo-se a tudo ao nosso redor. Somos chamados, por natureza, a viver em felicidade, mas ela só floresce verdadeiramente quando a nossa presença torna o mundo mais leve e, por extensão, mais feliz para os que caminham ao nosso lado.
Viver, portanto, é um convite à criação — de um mundo onde a felicidade é compartilhada, construída e eternamente renovada em cada encontro e em cada gesto.