“Comece a ser agora o que você será daqui em diante,” disse São Jerônimo, e sua sabedoria atravessa o tempo como um chamado à ação, uma convocação a iniciar, sem demora, o caminho da transformação. Não há outra forma de crescer, de se desenvolver, senão abraçando o agora com coragem e comprometimento, reconhecendo que o amanhã depende do que plantamos e cultivamos hoje. Mas como aceitar o desafio do desenvolvimento? Como nos tornar o que aspiramos ser? O crescimento exige que estejamos dispostos a sair do conforto, a desafiar o medo e a abraçar a aventura de tornar-se.
Crescer significa estar preparado para correr riscos, e essa disposição é, por si só, um ato de humildade e de coragem. Abraham Maslow expressa essa escolha de forma clara: “Pode-se escolher entre voltar para a segurança ou seguir em frente com o crescimento. Crescer deve ser sempre a escolha; o medo deve ser dominado sempre.” Nesse dilema entre segurança e expansão, entre a zona de conforto e o impulso de se reinventar, está a chave para uma vida autêntica e plena. O medo, que muitas vezes nos limita e aprisiona, deve ser encarado como um desafio a ser superado e não como um obstáculo intransponível. Ao escolher o crescimento, cultivamos a confiança necessária para realizar nosso potencial e descobrir novas dimensões do que somos capazes.
Muitos acreditam que o caminho do crescimento exige passar pelo sofrimento extremo, como se fosse necessário conhecer o inferno para alcançar o céu. Mas essa ideia é um equívoco. O verdadeiro desenvolvimento é construído pela escolha consciente e pela prática diária de lapidar quem somos. Não precisamos da dor extrema para descobrir nossa força; podemos buscar o céu sem queimar nas chamas do inferno. O crescimento genuíno está no compromisso com a própria evolução, na dedicação de construir a cada dia um futuro mais próximo do que desejamos ser.
Fomos planejados para construir. Essa inclinação é uma essência de nosso ser; a natureza humana é criativa, propositiva, projetada para deixar uma marca positiva no mundo. Somos movidos por um desejo inato de criar, de expandir o que conhecemos e transformar o que nos cerca. Mas, para construir, primeiro precisamos visualizar o que queremos realizar. Não podemos dar forma ao que não conseguimos imaginar. A imaginação é o ponto de partida de toda grande conquista, é o terreno onde semeamos o que um dia se tornará realidade. Sem uma visão clara, o crescimento se perde na falta de propósito.
O caminho do desenvolvimento também exige humildade, mas uma humildade que não se confunde com mediocridade. A humildade é reconhecer o que falta, a abertura para aprender e o compromisso de melhorar, mas jamais é uma negação do potencial. Ser humilde é saber que sempre há algo a construir, algo a aprimorar, sem que isso diminua a dignidade de cada conquista. Não há nada de medíocre em reconhecer a grandeza e as possibilidades de nosso ser; pelo contrário, essa é a verdadeira essência da humildade — reconhecer a grandeza que carregamos e usá-la com sabedoria e propósito.
Para ser, daqui em diante, o que desejamos, é preciso começar agora. Aceitar o desafio do crescimento é abraçar o risco, dominar o medo e buscar, de forma constante, a evolução. É seguir em frente, não porque o caminho seja fácil, mas porque ele é a única forma de realizar plenamente o potencial que trazemos. Que possamos escolher o crescimento, construir com coragem, e imaginar sem limites o que podemos ser.
